Ibovespa vai às máximas e retoma 130 mil pontos, com alta forte de Petrobras, Vale e Itaú | Finanças


O Ibovespa foi às máximas e voltou a ser negociado acima dos 130 mil pontos, o que representa um marco importante para o índice, na sessão desta segunda-feira. Para operadores, o movimento é favorecido por estímulos ao consumo anunciados pela China, o que turbinou a alta de ações de commodities, além de dados mais fortes do que o esperado pelo IBC-Br e de um movimento um pouco mais favorável ao risco em boa parcela dos índices americanos.

Por volta das 13h30, o Ibovespa tinha alta de 1,32%, aos 130.660 pontos, bem perto da máxima de 130.880 pontos. Na mínima, o índice chegou a tocar os 128.957 pontos. O volume projetado para a sessão também está maior e chega a R$ 16,0 bilhões. No mesmo horário, a maior parte dos principais índices americanos tinha alta: o Dow Jones ganhava 0,47%; o S&P 500 subia 0,12; já o Nasdaq caía 0,43%.

Para o sócio-fundador e gestor de renda variável da Persevera Asset Management, Fernando Fontoura, o que está ajudando a performance forte do Ibovespa na sessão de hoje é o fluxo favorável de investidores estrangeiros, especialmente em ações de maior negociação, caso de Petrobras, Vale e Itaú, que estão entre as blue chips com maior alta.

No horário acima, as ações PN da Petrobras tinham alta de 2,11%, em linha com o avanço dos preços do petróleo na sessão de hoje. Já as ações da Vale tinham ganhos de 0,96%, enquanto as ações PN do Itaú subiam 2,48%.

Fontoura afirma que o movimento de hoje chama atenção, especialmente porque era esperada uma correção depois da alta de mais de 3% do índice na semana passada. “Temos uma validação importante do movimento. Era esperada uma correção, dada a performance superforte da semana passada. Isso talvez indique que os gestores de multimercados possam ter voltado a colocar uma posição em bolsa Brasil.”

Fontoura diz que chegou a se questionar se não valeria a pena “colocar um pouco no bolso” depois da forte alta vista no Ibovespa na semana passada, mas conta que preferiu seguir com a posição, que está na exposição máxima na casa. Ele avalia que a tese para as ações locais está num momento “bastante favorável” para quem olha investimento de longo prazo, em meio ao fluxo positivo para ações de fora dos Estados Unidos.

O gestor da Persevera conta que indicadores monitorados pela casa apontam que o EWZ, fundo de índice que espelha o mercado brasileiro em NY, por exemplo, teria iniciado uma tendência de alta na última sexta-feira. Nesse sentido, ele avalia que o movimento pode incentivar a vinda de investidores estrangeiros mais sistemáticos, que trabalham com algoritmos, para além dos tradicionais multimercados que já tem buscado o país.

“Devemos começar a ver fluxo de gringos ‘sistemáticos’. Nesse caso, é mais um fluxo gringo que pega os multimercados que estão desalocados”, avalia o executivo. Segundo Fontoura, as maiores posições da casa hoje estão em ações como Itaú, Cyrela e Vale.

Em relatório, a equipe do Bank of America (BofA) avalia que as bolsas de países da América Latina começaram o ano em um “ponto ideal”, em meio a um dólar mais enfraquecido globalmente, “valuations” depreciados e a performance recente pior do índice.

Nesse sentido, a equipe do banco, liderada por David Beker, afirma que manteve a posição “overweight” (acima da média de mercado) para as ações brasileiras. Segundo a casa, a atividade brasileira mostrou sinais de desaceleração nos últimos três meses, o que poderia ajudar na reancoragem das expectativas de inflação e pavimentar o caminho para que o Banco Central inicie um ciclo de corte de juros antes do esperado pelo mercado.

Embora esteja um pouco mais otimista com a bolsa local, o BofA avalia que é cedo para adicionar mais beta à carteira e permanece com um portfólio mais defensivo, balanceando companhias que podem se beneficiar de um ambiente de Selic mais elevada, com nomes de qualidade.

Entre os papéis preferidos do BofA estão empresas como Lojas Renner, Cury, Vivara, Mercado Livre, JBS, Bradesco, Itaú, BB Seguridade, BTG Pactual, Santander, Porto Seguro, Hapvida, além de Petrobras, Embraer, Localiza, Gerdau, Telefônica Brasil, Sabesp, Equatorial e Vale.

Em um dia em que o IBC-Br trouxe dados mais fortes do que esperado, ações domésticas lideravam as altas no começo da tarde, caso de Magazine Luiza, que subia 7,50. Papéis da Automob, Vamos e Lojas Renner também avançavam, com altas de 5,32%, 4,16% e 3,77%.

Já na ponta contrária, as ações da Marfrig respondiam pelas maiores perdas, com queda de 3,41%, em um dia de recuo mais forte do dólar contra o real. As ações da Natura & Co voltavam a renovar mínima histórica dos papéis, com uma queda de 3,26%, a R$ 9,19.

Hoje, analistas do J.P. Morgan realizaram um duplo rebaixamento dos papéis ao cortar de compra para neutra a recomendação e reduzir o preço-alvo de R$ 21 para R$ 11. Nesta segunda-feira, a Natura & Co anunciou hoje que aprovou programa de recompra de até 6,2% das ações em circulação (free float).



Fonte: G1

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