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<p><strong>A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros</strong>. Por unanimidade, o <a href="https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/20581/nota">Comitê de Política Monetária </a><strong><a href="https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/20581/nota">(Copom) aumentou a taxa Selic</a>, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. </strong><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1635221&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1635221&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/></p>
<p>Em comunicado, <strong>o Copom afirmou que as incertezas externas, principalmente pela política comercial do país, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve </strong>(Fed, Banco Central norte-americano). Em relação ao Brasil, <strong>o texto informa que a economia brasileira está aquecida</strong>, apesar de sinais de moderação no crescimento.</p>
<p>Segundo o Copom, a inflação cheia e os núcleos (medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia) continuam em alta. <strong>O órgão alertou que existe o risco de que a inflação de serviços continue alta </strong>e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo.</p>
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<p>“O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.”, destacou o comunicado.</p>
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<p>Em relação às próximas reuniões, <strong>o Copom informou que elevará a Selic “em menor magnitude” na reunião de maio </strong>e não deixou pistas para o que acontecerá depois disso.</p>
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<p>“Para além da próxima reunião [a partir de junho], o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação”, ressaltou.</p>
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<p>Além de <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-01/mercado-financeiro-eleva-previsao-da-inflacao-de-508-para-55" target="_blank"> esperada pelo mercado financeiro</a>, a elevação em 1 ponto havia sido anunciada pelo Banco Central na reunião de janeiro.</p>
<p><strong>Essa foi a quinta alta seguida da Selic.</strong> A taxa está no maior nível desde outubro de 2016, quando também estava em 14,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária.</p>
<p>Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual.</p>
<h2>Inflação</h2>
<p><strong>A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial</strong>, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-03/inflacao-medida-pelo-inpc-fecha-fevereiro-em-148" target="_blank">ficou em 1,48%</a>. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o fim do bônus de Itaipu sobre a conta de luz e o preço de alguns alimentos contribuíram para o índice.</p>
<p>Com o resultado,<strong> o indicador acumula alta de 4,87% em 12 meses,</strong> <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-06/cmn-define-centro-da-meta-continua-de-inflacao-em-3">acima do teto da meta do ano passado</a>. Pelo novo sistema de meta contínua em vigor a partir deste mês, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.</p>
<p>No modelo de meta contínua, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em março de 2025, a inflação desde abril de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em abril, o procedimento se repete, com apuração a partir de maio de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.</p>
<p>No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, <strong>a autoridade monetária manteve a <a _blank="" href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-12/projecao-de-crescimento-da-economia-sobe-de-32-para-35-em-2024">previsão de que o IPCA termine 2025 em 4,5%</a></strong>, mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado no fim de março.</p>
<p>As previsões do mercado estão mais pessimistas. De acordo com o boletim <em>Focus</em>, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-03/mercado-reduz-estimativas-para-crescimento-da-economia-e-inflacao">inflação oficial deverá fechar o ano em 5,66%</a>, mais de 1 ponto acima do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 5,6%.</p>
<p>O comunicado do Copom trouxe as expectativas atualizadas do Banco Central sobre a inflação. <strong>A autoridade monetária prevê que o IPCA chegará a 5,1% em 2025 </strong>(acima do teto da meta) e 3,9% no acumulado em 12 meses no fim do terceiro trimestre em 2026. Isso porque o Banco Central trabalha com o que chama de “horizonte ampliado”, considerando o cenário para a inflação em até 18 meses.</p>
<p>O Banco Central aumentou as estimativas de inflação. Na reunião anterior, de janeiro, o Copom previa IPCA de 5,2% em 2025 e de 4% em 12 meses no fim do terceiro trimestre de 2026.</p>
<h2>Crédito mais caro</h2>
<p><strong>O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. </strong>Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.</p>
<p>No último <em>Relatório de Inflação</em>, o Banco Central <a href=" https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-12/projecao-de-crescimento-da-economia-sobe-de-32-para-35-em-2024" target="_blank">elevou para 2,1% a projeção de crescimento</a> para a economia em 2025.</p>
<p><strong>O mercado projeta crescimento um pouco menor. </strong>Segundo a última edição do boletim <em>Focus</em>, os analistas econômicos preveem <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-03/mercado-reduz-estimativas-para-crescimento-da-economia-e-inflacao" target="_blank">expansão de 1,99%</a> do PIB em 2025.</p>
<p>A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.</p>
<p><strong>Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. </strong>Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.</p>
<p><em>*Texto ampliado às 18h56 para acréscimo de informações</em></p>
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<br />Fonte: Agência Brasil<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-03/copom-eleva-juros-basicos-da-economia-para-1425-ao-ano"Agência Brasil</a></p>