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<p>A <strong>Pequena África</strong>, na região portuária do Rio de Janeiro, foi <strong>ocupada nesta sexta-feira (21) por ativistas, intelectuais e grupos da luta antirracista</strong>. Uma visita guiada pelos principais símbolos da cultura afro-brasileira na cidade lembrou de uma luta que tem raízes no passado e ramificações no presente.<img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1635623&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1635623&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/></p>
<p>Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-03/saiba-por-que-hoje-e-o-dia-pela-eliminacao-da-discriminacao-racial" target="_blank">Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial</a> é comemorado todos os anos em 21 de março, em memória ao “<strong>Massacre de Sharpeville</strong>”, na <strong>África do Sul</strong>, durante o <strong>regime do Apartheid</strong>. Em 1960, <strong>uma manifestação pacífica contra a Lei do Passe, que ditava onde pessoas negras poderiam circular, terminou com a morte de 69 pessoas e 186 feridos, vítimas da violência policial</strong>.</p>
<p>Em memória aos manifestantes e para reforçar a luta contra o racismo, a <strong>campanha no Brasil propõe ocupar espaços urbanos para incentivar a sociedade a refletir sobre o racismo e a lutar contra a opressão militar e social contra as periferias</strong>. Além de enaltecer e valorizar a história da cultura negra e africana no país.</p>
<p>No Brasil, a data marca, desde 2017, a <strong>campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”</strong>. O foco é criar e fortalecer ações enérgicas de combate ao racismo e todas as formas de opressão.</p>
<p>No primeiro ano, foram contabilizadas 103 atividades no Rio de Janeiro e em São Paulo. Este ano, são mais de 400 atividades em diferentes estados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e em outros países (Reino Unido, Gana, África do Sul e Zâmbia).</p>
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<p>“É importante não confinar a discussão racial apenas ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Ela é uma data forte, mas precisamos marcar em vários momentos do ano a nossa história. E o 21 de março, em especial, é um convite para os que dizem querer ter uma posição antirracista exercitarem e conhecerem mais dessa luta de séculos. É necessário ter ações de enfrentamento ao racismo em diferentes locais”, disse a psicóloga e organizadora do evento, Luciene da Silva Lacerda.</p>
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<p>O evento na Pequena África começou no sítio arqueológico do <strong>Cais do Valongo</strong>, <strong>que se tornou o principal porto de chegada dos escravizados às Américas entre 1811 e 1831</strong>. Estima-se que um milhão de pessoas tenham sido trazidas à força da África para o local.</p>
<p>O fim do passeio guiado aconteceu no <strong>Largo de São Francisco da Prainha</strong>, que <strong>abrigou um mercado de escravizados no século 19</strong>.</p>
<p>“Revisitar esses locais é pensar os lugares de memória e evidenciar que há um esforço de anulação do protagonismo de outros que não sejam brancos. É recontar a história narrada oficial pelo Estado brasileiro a partir de outras perspectivas”, analisa a historiadora Raquel Mattoso, que faz parte da coordenação da campanha. “Esse recurso que a gente tem aqui, do passeio guiado, ajuda no resgate e na construção da nossa memória”.</p>
<p>A gaúcha Emily Dornelles Ribeiro pesquisa quais políticas públicas foram aplicadas no Cais do Valongo depois do reconhecimento como patrimônio mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2017. Ela participou do passeio na Pequena África e reforçou que é preciso ampliar o conhecimento sobre o legado afro-brasileiro se quisermos avançar na direção de uma sociedade menos desigual.</p>
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<p>“São séculos de um apagamento histórico. E ainda hoje tem muita gente no Brasil que não sabe que existe o Cais do Valongo e o que ele representa. Saber a nossa história, saber como se deu todo o processo de inserção e exclusão dos povos africanos, é essencial para a nossa luta antirracista”, disse Emily Ribeiro.</p>
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<h2>São Paulo</h2>
<p>Na capital paulista, o ato (foto) reuniu cerca de 200 pessoas que <strong>protestaram contra a violência policial</strong>. Organizada pela Frente Povo Negro Vivo, que representa mais de 100 entidades, a manifestação passou pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e encerrou em frente à Secretaria Estadual de Segurança Pública. Os <strong>manifestantes protestaram contra o governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite</strong>, com protocolo de pedidos de<em> impeachment </em>na assembleia<em>.</em></p>
<p>Para o professor da Universidade Federal do ABC, Ramatis Jacino, o ato mostra a união dos grupos e levanta a <strong>necessidade de se discutir a violência contra a população negra, especialmente as ações da polícia que &#8220;agridem e matam os moradores das periferias&#8221;</strong>.</p>
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<br />Fonte: Agência Brasil<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-03/atos-no-rj-e-em-sp-protestam-contra-racismo-e-violencia-policial"Agência Brasil</a></p>