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<p>Durante sessão em homenagem aos 40 anos da redemocratização do Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, <strong>Hugo Motta (Republicanos-PB), contradisse a versão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados que sustentam que são alvos de perseguição política e censura no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. </strong><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1635154&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1635154&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/></p>
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<p>“Não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático. Não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, afirmou Motta.</p>
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<p>A fala do presidente da Câmara se afasta da versão do ex-presidente Bolsonaro e aliados sobre as investigações dos acontecimentos após as eleições de 2022, quando apoiadores de Bolsonaro fecharam estradas e acamparam em frente aos quartéis pedindo um golpe militar para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O movimento culminou no <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-01/apos-2-anos-dos-ataques-de-81-stf-condenou-371-122-estao-foragidos" target="_blank">8 de janeiro de 2023</a>, com a depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.</p>
<p>Depois de ser acusado, <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-02/pgr-denuncia-bolsonaro-e-mais-33-por-tentativa-de-golpe-de-estado" target="_blank">pela Procuradoria-Geral da República (PGR)</a>, de liderar a tentativa de golpe, Jair Bolsonaro sustentou que o Brasil viveria um regime autoritário que fabrica “inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias”. Acusações de “crimes de opinião” contra aliados também são comuns entre partidários do PL, o partido do ex-presidente. </p>
<h2>Suposto asilo</h2>
<p><strong>A posição de Motta sobre as condições políticas atuais do Brasil ocorre um dia após o filho do ex-presidente Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), anunciar que vai se licenciar do cargo e se mudar para os Estados Unidos (EUA) por temer ser preso devido à suposta “perseguição política”, acrescentando que pediria “asilo político” nos EUA. </strong></p>
<p>Para Jair Bolsonaro, se o filho “é forçado a escolher entre o exílio ou a prisão, este país já não pode mais ser chamado de democracia”, alegando ainda que viveríamos “uma tirania escancarada”.</p>
<p><strong>Eduardo, porém, não é acusado na denúncia de tentativa de golpe de Estado apresentado pela PGR, e também não é investigado pelos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as ameaças contra os ministros da Corte. </strong></p>
<p>Nessa terça-feira, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, negou pedido do PT para reter o passaporte do parlamentar e abrir investigação contra ele. A bancada do PT da Câmara acusa Eduardo de tramar, nos EUA, ataques contra a Corte para evitar a condenação do pai por tentativa de golpe.</p>
<p>Ainda em 2018, Eduardo Bolsonaro chegou a afirmar que <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-10/eduardo-bolsonaro-diz-que-basta-um-soldado-e-um-cabo-para-fechar-stf" target="_blank">bastaria um soldado e um cabo para fechar o STF</a> e, durante o governo do seu pai, sugeriu instituir um novo AI-5 contra a oposição. O AI-5 foi o ato da ditadura civil-militar (1964-1985) que acabou com as liberdades políticas e individuais do Brasil, escancarando o caráter autoritário do novo regime. </p>
<h2>Sessão solene</h2>
<p><strong>A sessão solene realizada hoje na Câmara para comemorar os 40 anos da redemocratização do país teve homenagem ao ex-presidente José Sarney (MDB), o primeiro presidente pós-ditadura.</strong></p>
<p>Os ministros do STF, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli também compareceram a sessão solene. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, representou o Executivo na cerimônia.</p>
<p>No dia de ontem, o <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-03/em-meio-ao-pl-da-Anistia-senado-homenageia-redemocratizacao-do-brasil" target="_blank">Senado também celebrou os 40 anos da redemocratização</a> do Brasil. Essas celebrações ocorrem em meio ao debate para aprovação do projeto de lei que anistia os golpistas condenados pelo 8 de janeiro de 2023. </p>
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<div class="dnd-atom-rendered"><!-- scald=417886:cheio_8colunas --><br />
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<p><h6 class="meta">Sessão solene na Câmara em homenagem a redemocratização. &#8211; <strong>Lula Marques/Agência Brasil</strong><!--END copyright=417886--></h6>
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<h2>Entenda</h2>
<p>A PGR afirma que houve uma trama golpista que tentava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que previa, entre outras medidas, a tentativa de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A PGR diz que Bolsonaro <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-02/bolsonaro-sabia-e-concordou-com-plano-de-matar-lula-alckmin-e-moraes" target="_blank">concordou com o plano</a>.</p>
<p>Com participação de ministros militares, como o general Augusto Heleno, e o da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, o <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-02/quem-participava-do-grupo-radical-ligado-bolsonaro-que-pedia-golpe" target="_blank">grupo pressionou os comandantes das Forças Armadas para aderir ao golpe</a>, tendo tido o apoio do comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. </p>
<p>Os envolvidos negam as acusações. O STF marcou para os dias 25 de março e 4 de abril as<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-03/stf-marca-para-8-de-abril-julgamento-de-militares-por-trama-golpista" target="_blank"> primeiras sessões para os julgamentos do caso</a>. </p>
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<br />Fonte: Agência Brasil<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-03/motta-contradiz-versao-bolsonarista-somos-um-pais-democratico"Agência Brasil</a></p>