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<p>O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), <strong>Flávio Dino, defendeu nesta segunda-feira (17), que o <a href="https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm" target="_blank">Marco Civil da Internet</a> precisa ser revisto pelo Congresso Nacional.</strong> <img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1634834&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1634834&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/></p>
<p>“Onze anos de tecnologia equivale a 300 anos da história da humanidade. Onze anos faz com que essa lei precise ser revista porque o volume e a velocidade de inovações tecnológicas hoje é muito maior do que há onze anos. Houve uma tentativa de mudar essa lei no Congresso e não deu certo. A lei não foi votada. Mas dois casos chegaram ao Supremo”, disse o ministro a estudantes do Sesi de Caçapava (SP) no evento Papo Supremo – Reflexões entre jovens do Sesi e ministros do STF, na manhã de hoje na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital.</p>
<p><strong><a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/audio/2024-04/marco-civil-da-internet-completa-dez-anos-e-norteia-outras-leis" target="_blank">Elaborado em 2014</a>, o Marco Civil da Internet estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e a defesa do consumidor. Em relação à privacidade, os provedores de serviços online são obrigados a adotar medidas de segurança para proteger as informações dos usuários e a respeitar a privacidade.</strong></p>
<p>Enquanto a lei não é atualizada pelo Congresso, explicou Flávio Dino, o <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-11/stf-esperou-congresso-decidir-responsabilidade-de-redes-diz-barroso" target="_blank">Supremo tem recebido processos que tratam sobre a constitucionalidade dela</a>. <strong>Um deles, por exemplo, discute a validade do artigo 19, segundo o qual as redes sociais só podem ser responsabilizadas por conteúdo ofensivo ou danoso postado por usuários caso descumpram uma ordem judicial de remoção.</strong></p>
<p>Por esse artigo, as plataformas não precisariam apagar uma postagem, mesmo em casos de conteúdos ofensivos, se ela não for demandada pela justiça. As únicas exceções previstas pela lei, e que constam do artigo 21, definem que as plataformas são obrigadas a excluir o material, sem precisar da decisão judicial, em casos de postagens de nudez ou sexo sem autorização da pessoa envolvida ou quando algum conteúdo viola direitos autorais.</p>
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<p>“O Congresso, claro, tem o seu ritmo próprio, as suas prioridades. Creio que, independentemente da vontade dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), é certo que esta é uma questão premente em todo o planeta Terra, tanto que praticamente todos os países a debatem e o Supremo é chamado, nesse momento, a julgar casos concretos &#8211; e ao julgar, é chamado a interpretar a lei em vigor desde 2014”, explicou Dino a jornalistas, após a conversa com estudantes.</p>
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<p>Segundo o ministro, a discussão sobre a lei continuará sendo tratada pelo Supremo neste ano, já que a Corte, na visão dele, não pode ficar esperando pela atualização da lesgilação sobre o tema. “Começou no ano passado, houve um <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-12/stf-adia-decisao-sobre-responsabilizacao-de-redes-por-conteudos" target="_blank">pedido de vista</a>, mas acho que ainda no primeiro semestre esse julgamento vai continuar. Eu não posso fazer um julgamento sobre outro poder, não cabe ao Supremo. O que eu posso dizer é que, no caso desses processos, eles tramitam há muitos anos. Então não é possível ao Supremo se recusar a julgar ou dizer que é possível esperar mais na medida em que as partes concretas já litigam há muitos anos. Então independentemente do que o Congresso acha, o Supremo, sem dúvida, deve julgar o quanto antes&#8221;.</p>
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<p><h6 class="meta">Flávio Dino fala sobre ética e inteligência artificial no projeto Papo Supremo &#8211; <strong>Rovena Rosa/Agência Brasil</strong><!--END copyright=417660--></h6>
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<h2>EUA x Europa</h2>
<p>Durante a palestra aos estudantes, o ministro explicou que a regulação das plataformas tem sido debatido em todo o mundo e que diferentes modelos têm sido adotados. <strong>Nos Estados Unidos, por exemplo, o modelo escolhido é o de menor regulação das plataformas, enquanto a Europa defende maior regulação.</strong></p>
<p>“Independentemente da fé religiosa de cada um, eu garanto a vocês que o diabo existe. E vocês sabem onde ele mora hoje? Dentro do celular”, disse.</p>
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<p>“Entre o modelo de regulação fraca ou o modelo de regulação forte, o único modelo que responde às necessidades da humanidade e das famílias é o modelo de regulação forte. Essa é a minha visão”, defendeu.</p>
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<p>Para o ministro, não se pode utilizar o argumento de que a regulamentação das plataformas pode ferir a liberdade de expressão porque “ela não é, nunca foi e nunca poderá ser absoluta”. O ministro ressaltou que toda atividade econômica que visa o lucro tem regra e atividade das big techs também deve ter regras.</p>
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<p>“É mentirosa a ideia de que há uma oposição entre liberdade e lei, como se uma fosse a negação da outra”, acrescentou.</p>
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<h2>Bolsonaro</h2>
<p>Durante entrevista a jornalistas, o ministro foi questionado ainda sobre o processo que o <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-03/stf-marca-julgamento-de-denuncia-contra-bolsonaro-para-25-de-marco" target="_blank">STF vai julgar</a> no próximo dia 25 de março referente à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e mais seis investigados pela trama golpista que pretendia impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.</p>
<p>Nesse processo, os ministros da Primeira Turma da Corte, da qual Flávio Dino faz parte, vão decidir se os acusados vão responder a processo pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.</p>
<p>Embora não possa comentar sobre o caso, já que o processo está em julgamento na Corte, o <strong>ministro reforçou apenas que os ministros julgarão o caso pelos autos e não com base em interferências políticas</strong>. “O Supremo não decide ritmos de julgamento a partir de contingências políticas. Afirmo isso a vocês. Todos os 11 ministros que lá estão foram indicados da mesma forma. Foram indicados por cinco presidentes da República diferentes. Todos foram aprovados pelo Senado e todos, sobretudo, têm compromisso com a toga que vestem. Não interessa de onde a pessoa vem. Interessa é que, no Supremo, ela é obrigada a cumprir a lei. Então, afirmo a vocês que não há uma questão de ritmo de julgamento, tal ou qual, a partir de calendário eleitoral. Isso não existe”, disse. “Ninguém ali vai arriscar a sua biografia e a sua ética profissional julgando casuisticamente pessoas. O que haverá é o julgamento de fatos e provas. Nos autos”.</p>
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<br />Fonte: Agência Brasil<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-03/marco-civil-da-internet-precisa-ser-revisto-defende-dino"Agência Brasil</a></p>