<p> <br />
</p>
<div>
<p>O <strong>policial militar Rodrigo Cardoso da Silva prestou depoimento </strong>nesta terça-feira (18), na <strong>sétima audiência de instrução do caso conhecido como Massacre de Paraisópolis</strong>, em São Paulo, que resultou <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-12/paraisopolis-especialista-aponta-asfixia-mecanica-como-causa-de-morte" target="_blank">na morte de nove jovens no Baile da DZ7</a>, em 1º de dezembro de 2019 . <img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1635076&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1635076&;o=node" style="width:1px; height:1px; display:inline;"/></p>
<p>Silva integrava a equipe policial que diz ter sido atacada por uma pessoa a bordo de uma motocicleta.</p>
<p>No depoimento, o <strong>policial afirmou não se recordar de ver, em imagens gravadas, a motocicleta que teria sido usada para atirar na polícia</strong>. </p>
<p>Testemunha indicada por 6 dos 12 policiais acusados de homicídio, Silva alegou que foram exibidos a ele e colegas uma grande quantidade de materiais audiovisuais daquele dia e que não se lembra de ter visto o veículo nas imagens.</p>
<blockquote>
<p>&#8220;Registro da moto, não cheguei a ver, mas é que mostraram muitos vídeos para a gente. Os vídeos que mostraram para a gente, acho que não eram nem do local. Muitas fotos mesmo e foto desfocada. Então, não dá para precisar se era a moto&#8221;, disse, quando questionado pela defensora pública Fernanda Balera, em audiência virtual. </p>
</blockquote>
<p>Na versão de Silva e dos demais policiais, o homem na garupa teria atirado contra a equipe policial. Na sequência, os agentes teriam perseguido a dupla até o baile funk. </p>
<p>Ao ser perguntado sobre o número de disparos, ele disse que foram &#8220;vários&#8221;, mas que &#8220;não chegaram a 20&#8221; e que a arma de fogo era uma pistola.</p>
<p>Os <strong>policiais alegam que o pânico e caos no baile foi provocado pela entrada da motocicleta e que todo o efetivo da corporação foi hostilizado </strong>por pessoas que estavam na festa, que teriam lançado objetos como pedras, pedaços de madeira e garrafas.</p>
<p>A defesa dos agentes sustenta que uma segunda equipe se deslocou até o endereço do baile funk.</p>
<p>Única testemunha a ser ouvida nesta terça-feira, o <strong>policial também respondeu desconhecer o motivo pelo qual não foram prestados os primeiros socorros às vítimas</strong>. Há críticas que os policiais haviam identificado os feridos, mas nenhuma ambulância foi enviada ao local ou foi prestado atendimento. A vítima mais nova do massacre tinha 14 anos.</p>
<p>Iniciadas em julho de 2023, as audiências, realizadas no Fórum Criminal da Barra Funda, servirão para a Justiça definir se os 12 policiais acusados de homicídio irão a júri popular.</p>
<h2>Uso de granadas</h2>
<p>Após o massacre, presentes no episódio afirmaram que os <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-12/governador-diz-que-programa-de-seguranca-publica-nao-mudara" target="_blank">policiais usaram armas de cano longo e granadas</a>.</p>
<p>Em um dos depoimentos oficiais, <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-02/depois-de-cinco-meses-massacre-de-paraisopolis-tem-nova-audiencia" target="_blank">foi negada a utilização de um morteiro</a>, equipamento de guerra que lança granadas a curtas distâncias. A hipótese do uso chegou a ser levantada e refutada por uma testemunha da defesa e por advogados que representam os policiais.</p>
<h2>Audiências</h2>
<p>A<strong> próxima audiência, conforme anunciado, foi marcada para dia 6 de maio</strong>.</p>
<p>Há possibilidade, sinalizada hoje, de que a defesa dos policiais desista de ouvir uma das testemunhas previstas, o agente Vinicius José Nahol Lima, também da corporação. Inicialmente, 52 testemunhas foram arroladas, sendo 24 de acusação.</p>
<p>Em entrevista à <strong>Agência Brasil</strong>, uma das promotoras do caso, Luciana Jordão salientou que abrir mão de alguns depoimentos é visto como um sinal positivo pelas famílias das vítimas, já que <strong>pode acelerar o processo e chegar a um desfecho mais rápido</strong>. No caso da defesa, explicou, pode ter sido uma opção diante da repetição dos apontamentos feitos, de modo que trazer outras testemunhas não acrescentaria muito.</p>
<p>A promotora ressalta a importância do papel da imprensa em resgatar as informações já divulgadas sobre o episódio de violência. &#8220;Quanto mais distante fica o julgamento, mais as pessoas esquecem. Eles [os policiais e os advogados que os representam] querem que isso se distancie, caia no esquecimento mesmo&#8221;, diz a promotora. &#8220;Vejo que as famílias<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2023-07/chacina-de-paraisopolis-parentes-e-movimentos-sociais-fazem-protesto" target="_blank"> têm sido firmes para manter a memória disso</a>, uma memória muito importante. Não é uma memória só de um fato, mas de vítimas.&#8221;</p>
<p>Na audiência anterior, de 31 de janeiro, a defesa<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-02/depois-de-cinco-meses-massacre-de-paraisopolis-tem-nova-audiencia" target="_blank"> argumentou sobre uma suposta inadequação do estabelecimento que promoveu a festa</a>. </p>
<h2>Relembre o caso </h2>
<p>Em dezembro de 2019, <strong>uma ação da Polícia Militar em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul paulistana, resultou na morte de nove jovens</strong>. Os <strong>policiais</strong> que participaram da operação<strong> afirmam que as mortes foram causadas por pisoteamento</strong>, resultado da confusão instaurada no local.</p>
<p>Um <strong>relatório elaborado pela Defensoria Pública de São Paulo contesta</strong> essa versão e <strong>aponta como causa da morte asfixia</strong>. A partir de exames periciais, o <strong>documento aponta que as vítimas teriam sido encurraladas em uma viela e sufocadas</strong> com o uso de gás lacrimogêneo.</p>
<p> <!-- Relacionada --></p>
<p> <!-- Relacionada -->
 </div>
<p><br />
<br />Fonte: Agência Brasil<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-03/chacina-de-paraisopolis-pm-diz-nao-ter-visto-moto-em-imagens-gravadas"Agência Brasil</a></p>